29.12.06

Festival Eurovisão - Os primeiros anos de Portugal

1964 - António Calvário - Oração

António Calvário atingiu um dos momentos mais altos da sua carreira, ao ser o primeiro representante de Portugal no Festival da Canção da Eurovisão, realizado em Copenhaga, Dinamarca. Foi a primeira participação de Portugal no Festival Eurovisão da Canção (9ª edição), que infelizmente não correu da melhor forma.

Este festival foi marcado por um protesto político depois da participação suíça, quando um homem entrou em palco e exibiu um cartaz a protestar contra Francisco Franco e António de Oliveira Salazar, cartaz esse que dizia "Boicotem Franco e Salazar". Enquanto isto se passava, os espectadores viram um quadro de votações, depois do homem ser retirado a competição continuou sem mais sobressaltos.
O cantor português António Calvário foi alvo de assobios, não pela qualidade da canção, mas por causa da ditadura de Salazar que então governava o país.

Portugal ficou com zero pontos, mais por motivos de ordem política que por razões de natureza artística.


1965 - Simone de Oliveira - Sol de Inverno



O 10º Festival Eurovisão da Canção realizou-se a 20 de Março de 1965 em Nápoles, na Itália, que foi ganho pela cantora francesa France Gall que representou Luxemburgo, com a canção "Poupée de cire, poupée de son". Portugal ficou em 13º lugar com apenas 1 ponto.


1966 - Madalena Iglésias - Ele e ela



Foi o 11º Festival Eurovisão da Canção e realizou-se a 5 Março de 1966 em Luxemburgo, que foi ganho pelo representante da televisão austríaca (ORF) Udo Jürgens com a canção "Merci, Chérie".

A participação de Madalena Iglésias no Festival da Eurovisão era a concretização de um sonho. E a sua interpretação correu muito bem. Vestida de branco, a cantora portuguesa demonstrou à Europa que tinha uma bela voz e ofereceu uma interpretação muito segura e bem concretizada, mas uma vez mais, os jurados europeus não se renderam à canção portuguesa. Novamente o 13º lugar para Portugal, mas desta vez com 6 pontos.


1967 - Eduardo Nascimento - O vento mudou



O 12º Festival Eurovisão da Canção realizou-se a 8 de Abril de 1967 em Viena, Áustria. A grande vencedora do evento foi Sandie Shaw que representou o Reino Unido com a canção "Puppet on a string". Portugal ficou colocado no 12º lugar com 3 pontos.


1968 - Carlos Mendes - Verão



Na 13ª edição do Festival Eurovisão da Canção, realizado a 6 de Abril de 1968 em Londres, Carlos Mendes alcançou o 11º lugar com 5 pontos.


1969 - Simone de Oliveira - Desfolhada



O Festival Eurovisão da Canção de 1969 foi o 14º Festival Eurovisão da Canção e realizou-se em 20 de Março de 1969 em Madrid. Simone de Oliveira ficou na penúltima posição (15º lugar) com 4 pontos.

O Festival terminou com um empate entre quatro intérpretes: Salomé que representou a Espanha com a canção "Vivo cantando", Lulu que representou o Reino Unido, com a canção "Boom Bang-a-bang", Lenny Kuhr que representou os Países Baixos com a canção "De Troubadour" e Frida Boccaraque representou a França com a canção "Un jour, un enfant".

Este foi o primeiro Festival Eurovisão da Canção em que ocorreu um empate no 1º lugar, com 4 países obtendo 18 pontos. O problema foi que na época não havia uma regra em caso de empate, e então os quatro países foram declarados vencedores. Isto causou um problema com as medalhas entregues aos vencedores não serem suficientes para todos. Muitos países ficaram irritados com o sistema de votação, levando à sua desistência no ano seguinte, acusando-o de favorecer os grandes países.

(continua..)

28.12.06

Mariza - fadista do século XX


Mariza é uma moçambicana com a alma moldada na Mouraria - “vivi num bairro típico de Lisboa e sempre cantei o fado, eu sei o que é, entendo-me nele” - foi neste bairro que ouviu os primeiros fadistas, muitos, tantos que não se recorda de todos os nomes e os seus rostos esfumam-se na memória, mas estas “reminiscências sobrevivem no meu cantar”.

A imprensa estrangeira não hesita e atesta que nasceu uma nova estrela. Plateias de vários países acolhem-na entusiasticamente. A sua energia em palco não passa despercebida. Mariza encara o palco como a sua “sala de estar onde recebo os amigos” e o público sente esse acolhimento.

“Tratar o fado com respeito e dignificá-lo” são os lemas que a fadista cumpre.

Pouco mais de um ano após a edição de Transparente, a história de Mariza pelo mundo fora não pára de crescer: tem sido uma viagem de sucesso e reconhecimento que promete continuar nos próximos anos. “Transparente” foi já editado em 35 países de vários continentes. O álbum, que foi número 1 em Portugal, chegou mesmo ao Top 10 em países tão diferentes como a Finlândia ou a Holanda, tendo ocupado o 6º lugar da tabela Europeia de World Music.

Mariza só quer sentir-se “livre para cantar” porque “a voz que tenho é teimosa” tem saudades de si e anda à procura do seu fado.

Texto parcialmente retirado de www.Mariza.com


O seu percurso não é, certamente, o mais tradicional para quem sobe as escadinhas do estrelato de um meio acanhado como o do fado. Ao invés de ter nascido na Mouraria, Mariza é nativa de Moçambique. Em vez de ter participado na Grande Noite do Fado, Mariza foi a cantora de uma banda iluminada pela luz da música negra (para os arquivistas interessados, o projecto chamava-se Funkytown e era visto em vários estabelecimentos lisboetas). Em lugar de ter editado por uma editora com escritório montado em Lisboa, Mariza só encontrou interesse pela sua música numa ilustre desconhecida companhia discográfica holandesa, World Connection de seu nome.

"Eu cresci na Mouraria, fui para lá com cinco anos e os meus pais tinham um pequeno estabelecimento onde organizavam pequenas tertúlias fadistas. Comecei, desde muito pequena, a gostar do ambiente do fado. O meu pai sempre foi um grande incentivador pois achou que eu devia ser cantora. O primeiro fado que cantei foi 'Os Putos' e, até aos 13 anos, sempre cantei fado. Depois deixei e cantei em bandas de soul e funk, como os Funkytown. Mas sempre que tinha oportunidade voltava a cantar fado. Há três anos atrás regressei decididamente ao fado", começa por contar Mariza.

Para Mariza, a revelação aconteceu há três anos. "Às tantas cantei por brincadeira a 'Rua do Capelão' na casa de fado do José Luís Gordo, o Sr. Vinho, e ele pediu-me para aparecer mais vezes. Já não era aquela euforia de cantar com a banda que me interessava. A minha paixão já tinha mudado e quando não tinha concertos aproveitava sempre para ir à casa de fado para me envolver naquele ambiente e perceber o que estavam a cantar. Queria aprender aquilo tudo... A primeira vez que me apresentei profissionalmente foi na homenagem à Amália organizada pelo João Braga no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Estava nervosíssima, fechei os olhos e... 'seja o que Deus quiser'. A partir daí começou tudo a acontecer".

Texto parcialmente retirado de www.arlindo-correia.com/061104.html


Discografia:
Fado Em Mim - 2001
Fado Curvo - 2003
DVD Live in London - 2004
Transparente - 2005
Concerto em Lisboa (CD e DVD) - 2006



Vídeos:
Barco negro (Live in London)
Cavaleiro monge
Meu fado meu
O deserto (Live in London)
Ó gente da minha terra
Ó gente da minha terra (Concerto em Lisboa)
Ó gente da minha terra (ao vivo no programa Late with Jools Holland)
Oiça lá ó senhor vinho (Live in London)
Povo que lavas no rio (Live in London)
Primavera (Live in London)
Recusa (ao vivo no programa Barend & Van Dorp)
Mariza a cantar sem microfone no Royal Albert Hall
Carlos do Carmo e Mariza - Estranha forma de vida
Tim e Mariza - Fado do encontro
Entrevista backstage em Espanha
Making of do álbum "Transparente"



Músicas on-line:
Mariza - Loucura



Ligações:
www.Mariza.com - Página oficial
www.mariza.org - Clube de fãs


Blog em construção..

 

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